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Cordel-->MIGRAÇÃO -- 26/10/2000 - 20:36 (Wellington Vicente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando o sol inclemente queima a flora
E o solo esturrica, sem ter água,
O nordestino chorando a sua mágoa
Deixa tudo pra trás e vai embora;
A esposa lamenta, o filho chora,
Beija a testa do pai e pede um pão.
O coitado não tem nem um tostão
Pra comprar a comida do menino,
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.

A seca traz problemas tão cruéis,
Muito mais que a morte da pastagem:
O açude, o poço e a barragem
Têm por donos somente os "coronéis",
Como são diferentes os papéis
Desta raça que descende de Adão.
Ou será que os pobres deste chão
Não são filhos do País de Juscelino?
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.

Na cidade grande, o desemprego
Ameaça até quem é formado,
E pra quem só entende de roçado,
É terrível a falta de sossego;
Procura pelas ruas um aconchego
Mas ninguém se propõe a dar-lhe a mão,
Na favela vai morar num barracão
Na cruel condição de inquilino,
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.

Para a sua família alimentar
Arranja um emprego de servente,
Mas a obra paralisa e de repente
Sai às ruas com a prole a esmolar.
Vários dias ele fica a procurar
Uma vaga numa nova construção,
Não encontra devido a recessão
De um sistema que massacra o pequenino,
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.

Se acaso os nossos governantes
Implantassem no Nordeste, outros sistemas,
Combatendo de frente estes problemas
Destas grandes legiões de retirantes
Que padecem em terras tão distantes
À procura de teto, paz e pão.
Se quiserem um País com produção
Só precisam apoiar o campesino.
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.

Vamos todos pedir ao Presidente
Que invista mais verbas no Nordeste,
Irrigando o sertão e o agreste
Mais empregos terá a nossa gente;
Tendo terra, tratores e semente
Nunca vai nos faltar disposição.
Não deixemos que um rude cidadão
Se transforme num novo Virgolino,
Quando parte um migrante nordestino,
Nasce um pé-de-saudade no sertão.



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